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Previsões do tempo mais precisas

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Inpe adquire supercomputador que aumentará a capacidade do Brasil de antecipar fenômenos meteorológicos. O equipamento poderá ser usado por outros institutos de pesquisa e ajudará na preservação da Amazônia

Tudo começou há milhares de anos, quando o homem passou a olhar atentamente para o céu. Com muita observação, ele aprendeu a prever as estações e, a partir disso, planejar o plantio e a colheita de alimentos. Atualmente, porém, saber se é verão ou inverno não é o bastante. Na missão de antever cada vez mais o clima, inúmeras equações e máquinas potentes ajudam especialistas a detectar e a prever chuvas, secas, nevascas e furacões. E o Brasil acaba de dar um passo importante nessa busca, ao adquirir um supercomputador que vai melhorar ainda mais as previsões do tempo. A máquina ficará no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e deve começar a funcionar até o fim do ano.

O computador, fabricado pela empresa estadunidense Cray, é o mais potente instalado em uma unidade meteorológica – e um dos 20 melhores do mundo. Tem a capacidade máxima de processamento de 244 teraflops, o que significa que pode fazer 244 x 10¹² operações por segundo. A estrutura equivale a 30 mil processadores comuns. Tamanha potência vai permitir que as previsões sejam feitas com mais precisão e maior detalhamento da área estudada. Hoje, o prognóstico do Inpe em uma escala global é calculado de 45km em 45km. Com a supermáquina, a distância cairá para 20km.

"Nosso computador atual já está no limite da utilização. A gente não consegue mais expandir os serviços. Com a nova capacidade, vamos rodar todos os modelos com melhor resolução", afirma o coordenador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (CPTEC), Luiz Augusto Machado. A previsão do tempo é feita a partir de modelos, cálculos complexos que equalizam as variáveis determinantes do clima (veja abaixo). "Se você solta um lápis, consegue calcular em que tempo e velocidade ele chegará no chão. O mesmo acontece com a previsão do tempo", diz Machado. No Inpe, as máquinas rodam o modelo global, o regional (referente à América do Sul), o que mede a qualidade do ar e o de tendência para os próximos meses.

O coordenador do CPTEC explica que a tendência climática dos meses seguintes, também chamada de previsão por conjunto, é uma forma de tentar visualizar mudanças atmosféricas futuras, que não teriam como ser imaginadas com o uso dos outros modelos. Para isso, as máquinas rodam 15 variáveis, que equivalem a 15 estágios ligeiramente diferentes de condição atmosférica, e as "jogam" para os próximos meses. "Isso nos ajuda a ter uma descrição melhor dos fenômenos climáticos a longo prazo e também a prever cenários de maior intensidade de chuva ou estiagem", ressalta Machado. O Inpe vai ampliar o número de variáveis da previsão por conjunto para 50 com a implantação do supercomputador.


Estudos

A máquina também vai permitir que os técnicos aprofundem as análises sobre a microfísica das nuvens, área que estuda a formação das gotas de chuva e as condições de precipitação. O supercomputador será utilizado ainda para simulações de mudanças climáticas e para pesquisas desenvolvidas fora do Inpe. "A principal missão desse equipamento é dotar o país de capacidade técnica para elaborar cenários climáticos para o Brasil e para o mundo", afirma o pesquisador do instituto Carlos Nobre. Com a compra da máquina, o país se colocará em pé de igualdade com outras duas nações em desenvolvimento, a China e a Coreia do Sul.

Nobre acredita que as recentes ações – aí incluída a aquisição do supercomputador – podem tranquilizar a opinião internacional sobre a proteção que o Brasil faz da Amazônia, um dos principais biomas do mundo. "Em breve, o Inpe vai lançar o satélite Amazônia 1, dedicado exclusivamente para fazer o monitoramento ambiental da região. Essas atitudes, analisadas em conjunto, mostram uma intenção de lutar pela conservação do bioma e evitar catástrofes climáticas futuras", defende Nobre. O pesquisador lembra que o supercomputador não é propriedade do instituto e poderá ser utilizado por outros grupos de pesquisa.

Além do Inpe, diversas instituições públicas e privadas fazem a previsão do tempo no país. Algumas se dedicam a antever mudanças em regiões específicas – caso da Marinha e da Aeronáutica. Outra entidade importante é o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que tem cerca de 750 estações de coleta de dados espalhadas pelo território. O meteorologista Hamilton Carvalho, que trabalha no Inmet em Brasília, destaca que as informações ficam disponíveis à população. "Nossos arquivos servem tanto para a previsão como para a pesquisa. Se alguém quiser saber como foi a chuva no Rio de Janeiro há 100 anos, basta consultar nosso banco de dados", diz. O Inmet, fundado em 1909, é um órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os números gerados servem de base para a climatologia aplicada a diversas áreas, como a construção civil, a agropecuária e a conservação ambiental.

 

Fonte: Correio Braziliense


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