MS: sistema para dar escala ao abate de ovinos

Mato Grosso do Sul está implantando um sistema que pretende dar escala para o abate de ovinos e eliminar a figura do atravessador nas negociações entre os criadores e os frigoríficos, viabilizando a negociação direta entre os dois elos da cadeia, o que deve melhorar a remuneração dos produtores. O Sistema Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA) será lançado oficialmente nesta quarta-feira (15), às 15 horas, na sede da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul), em Campo Grande.

 

A médica veterinária e 1ª secretária da Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Ovinos (Asmaco), Ana Cristina Andrade Bezerra, explica que o PDOA é uma propriedade rural que é destinada à permanência temporária, de no máximo três dias, de ovinos de vários pequenos e médios produtores, até o transporte definitivo dos animais para o frigorífico onde eles serão abatidos.

 

“Com o PDOA, vai se conseguir ter volume de produção e continuidade para atender a demanda do frigorífico. O pequeno produtor que não tinha condições de fazer o transporte de seus 20, 30 animais até o frigorífico, em razão da distância, e, por isso, tinha de vender para um terceiro, um atravessador, vai poder levar esses ovinos para essa propriedade, onde vão estar animais de outros criadores, todos devidamente identificados, e que serão transportados juntos para a unidade de abate. Com isso ele não vai precisar vender para um terceiro, vai poder negociar diretamente com o frigorífico”, explica.

 

A quantidade mínima de animais para serem transportados de uma PDOA para o frigorífico, conforme Ana Cristina, vai depender da demanda e capacidade de transporte da própria unidade de abate. “Alguns frigoríficos vão transportar 100 animais de uma vez, já outros 240”, comenta, completando que o sistema foi testado no dia 7 de maio, na fazenda Nossa Senhora Auxiliadora, em Campo Grande, onde está funcionando um projeto piloto.

 

Conforme portaria da Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal (Iagro) que regulamenta a instalação do sistema, cada PDOA deverá ter como infraestrutura mínima um curral com divisões e embarcador que atenda os princípios de bem estar e de sanidade dos animais. Cada propriedade de descanso deverá ter cadastro na Iagro e na Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), assim como um médico veterinário responsável.

 

A 1ª secretária da Asmaco, diz que o PDOA poderá ser implantado em uma propriedade privada, ou mesmo na área de uma entidade, como um sindicato rural, por exemplo. A instalação dessas unidades vai depender da demanda apresentada pelos criadores e tem de ser autorizada e atender todos os requisitos sanitários estipulados pela Iagro e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

 

Com o PDOA, Ana Cristina explica que o governo do Estado atende uma reivindicação apresentada pelos criadores durante os ciclos de palestras do Programa Proovinos, do Senar/MS e Famasul, realizados em diversos municípios. “Os produtores sempre reclamavam que por conta do tamanho do seu rebanho, tinham dificuldade em fornecer para os frigoríficos”. Com as propriedades de descanso esse problema será resolvido”, avalia.

 

De acordo com a Asmaco, o Estado possui atualmente um frigorífico de abate de ovinos em atividade, uma unidade que está em stand by e outras duas plantas que estão em fase de adaptação das instalações. O rebanho estimado é 497 mil animais, o que coloca Mato Grosso do Sul entre os dez principais produtores do País.

 

Fonte: Do Agrodebate

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