Brasil precisa de mais 100 novas usinas

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Unica estima necessidade de US$ 10 bilhões em investimentos. ‘Ou a gente importa gasolina, ou a gente produz etanol’, diz entidade.

 

O país precisará de ao menos 100 novas usinas de cana de açúcar até 2020 para conseguir dobrar a produção de etanol e atender a demanda crescente, segundo estimou nesta quinta-feira (27) a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Pelos cálculos da entidade, o consumo de combustíveis leves deverá crescer cerca de 50% nos próximos 8 anos.

 

“Dobrar a produção significa ter que investir, ter que sair do papel novas unidades. Precisamos repetir o crescimento de 2006 a 2009 e colocar 100 novas usinas para funcionar”, disse a presidente da Unica, Elizabeth Farina, em entrevista a jornalistas após a abertura do Ethanol Summit, evento que acontece até esta sexta-feira em São Paulo. Ela estima que para esse número de nova plantas serão necessários investimentos de mais de US$ 10 bilhões.

A Unica alertou que, mantida as atuais instalações das usinas e ritmo de expansão das lavouras, haverá um esgotamento da capacidade de moagem da indústria em dois anos.

Atualmente, o país consegue processar por ano cerca de 700 milhões de toneladas de matéria-prima.


“O investimento tem que voltar para que a gente possa atender a demanda que o governo espera que a gente seja possa suprir, já que as refinarias novas da Petrobras não o farão, porque não foram planejadas para isso”, afirmou Elizabeth. “Ou a gente importa [gasolina], ou a gente produz etanol”, completou.

Durante participação no evento, o secretário de petróleo, gás e combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, defendeu a instalação de novas usinas como forma de suprir a demanda por combustíveis veiculares e reafirmou que não está prevista a produção de gasolina nas 4 refinarias em construção.

“Se dobrarmos a capacidade de produção de etanol, ainda precisaremos colocar mais 14 bilhões de litros de gasolina equivalente em 2020”, afirmou Almeida.
Subsídio para gasolina é incentivo errado, diz Unica.

Apesar das quebras de safra que resultou na queda da produção de etanol nos últimos anos, a Unica se diz otimista com as perspectivas de crescimento do mercado. A presidente da entidade afirmou que, embora cerca de 40 usinas tenham fechado nos últimos 5 anos, o volume de etanol produzido no país aumentou no período em mais de 70 milhões de litros.

“Tivemos um recuo em termos de produtividade, um soluço, mas hoje retomamos níveis de produtividade importantes. Tem muito investimento sendo feito em termos de ganhar eficiência e redução de custos, e temos condições de reagir”, afirmou Elizabeth, lembrando que entre a tomada de decisão de um novo investimento e a plena implantação de uma nova usina costuma levar 7 anos.

A indústria de cana voltou a criticar, entretanto, a atual política de preços para a gasolina: “acredito que a gente consegue manter uma produtividade crescente. Agora é difícil competir com subsídio para gasolina. Acredito que o mercado funciona muito bem para dar incentivos corretos, e isto é um incentivo errado”, disse a presidente da Unica.

Segundo Elizabeth, o aumento dos investimentos em etanol também dependem de uma “clareza” do que será a política de preços de combustível. “Se vou ter que lutar contra subsídio vou ter que me preparar para lutar não só com eficiência”, afirmou.
A Unica disse ainda ser favorável a políticas que visam a taxar combustíveis fósseis para subsidiar transporte público, a exemplo da proposta de municipalização da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)

Preço do etanol
No entendimento da indústria da cana, os veículos flex, cuja frota no país já passa a 20 milhões, representam “o maior ativo” e garantia de expansão da demanda por etanol.

“Atualmente apenas um terço destes veículos utilizam etanol hidratado, existe portanto um enorme potencial a ser ocupado”, destacou a presidente da Unica, lembrando que a entidade decidiu investir numa campanha publicitária para convencer um número maior de motoristas a optarem pelo “combustível completão” e menos poluente na hora de abaster o carro.

“Sem dúvida o consumidor decide na bomba, ele olha preço relativo. Mas muitas vezes o preço é vantajoso para o etanol. Hoje, de fato, houve uma queda na bomba em relação à gasolina, e o preço está abaixo de 70%, mas o consumidor demora a reagir a essa relação favorável”, avaliou.

 

 

Fonte: G1, em São Paulo – Darlan Alvarenga


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