Tecnologia em aplicativo para gado-de-corte
Aplicativo rastreia carne desde o nascimento do bezerro até o supermercado.
Utilizando um único aplicativo para celular, o produtor rural seria capaz de cadastrar e atualizar todos os dados da vida de um animal desde o seu nascimento, construindo um verdadeiro histórico de sua procedência. Com o mesmo aplicativo, já na gondola do supermercado, o consumidor final poderia – na hora de escolher qual picanha ou filé levar para casa – ter acesso a todas estas mesmas informações e assim poder fazer a melhor escolha.
Essa é a proposta do BoiTag, uma nova tecnologia de rastreabilidade lançada esta semana em São Paulo durante a Feicorte 2013, a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne. A solução consiste na utilização de um software próprio vinculado a um app para Android, que sincroniza com a nuvem as informações disponibilizadas pelos chips dos bois.
Isso faz com que dados importantes como a descendência genética, idade, peso e sanidade do animal sejam facilmente acessíveis por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Desde o próprio produtor, até o governo e o consumidor final.
João Lopes Azevedo, diretor comercial da BML – uma das empresas responsáveis pela criação do sistema – esclarece que a nuvem é um espaço on-line onde as informações estão disponibilizadas. Não armazenadas em um único computador ou HD, mas na rede. Ainda assim, pela própria dificuldade de acesso à internet na zona rural, não é preciso estar conectado o tempo todo. “A sede da fazenda provavelmente tem acesso à rede, mas no campo você pode fazer todo o cadastro pelo celular off-line. Depois você pode subir esses arquivos pelo USB ou enviar por SMS, já que os dados são salvos em arquivos .txt”.
Todo o acompanhamento do animal, desde sua vacinação, alimentação, suplementação e transporte são acompanhados e atualizados pelo aplicativo, gerando um histórico de controle para públicos mais exigentes. Isso desde o mercado internacional até o comprador do dia a dia, que segundo Azevedo procura cada vez mais informação sobre o que consome.
O app também se conecta com as balanças digitais, dando informações não apenas sobre o peso do animal, mas também o desfrute de cada corte. Desta forma o produtor rural é capaz de acompanhar e estimar os valores que deve receber na hora do abate no frigorífico.
Uma vez no frigorífico, Azevedo explica que há duas ações que podem ocorrer. “Caso a indústria não trabalhe com nosso software, ele acessará as informações de controle disponíveis no SisBov e pronto. No entanto, caso possua, o sistema vai gerar automaticamente uma etiqueta para cada um dos 30 cortes do animal”. A etiqueta RFID armazena os dados remotamente na etiqueta, e a etiqueta bidimensional, em forma de QR Code, é a que permite a consulta pelo consumidor.
Mas não é somente no mercado da carne que a tecnologia chama atenção. O produtor rural Luís Cesar Tavares, que trabalha com pecuária de leite, foi um dos que se mostraram interessados pelo produto. “O aplicativo conecta-se às máquinas na hora da ordenha e atualizam automaticamente no sistema os números de toda a produção de leite”, explica. Para Tavares, que cuida de 100 cabeças de vacas holandesas, ferramentas que favoreçam o controle e a gestão são fundamentais para o sucesso na pecuária.
Rastreabilidade
Há muito se fala em rastreabilidade animal, mas o sistema no Brasil a tecnologia nunca teve grande difusão. Pedro Mucillo é gerente de desenvolvimento de produto da Ceitec S.A, uma estatal ligada ao governo federal que desenvolve tecnologias de rastreamento relembra que desde 2006 o Uruguai exige por lei a rastreabilidade de cada bezerro.
“Para eles isso é mais fácil, porque o Uruguai é menor que o Rio Grande do Sul, então não se pode pensar em uma solução assim para o Brasil”. No entanto, ainda segundo ele, esse é certamente um dos motivos que fazem a carne uruguaia possuir reconhecimento mundial por sua qualidade e confiabilidade.
“Em nosso País já estão surgindo propostas para incentivar a rastreabilidade animal nos estados”, relata Mucillo. “É uma tendência mundial, o futuro é esse: procedência e controle”.
Para João Azevedo, da BML, a realidade já começa a mudar. “Nos últimos quatro anos o preço de uma etiqueta de identificação caiu de R$ 12 para R$ 4,30. Hoje manter um animal rastreado do nascimento ao abate fica a partir de R$ 30”. A tendência, para ele, é que com o passar do tempo essas tecnologias fiquem diminuam ainda mais. “Por que a rastreabilidade nunca foi para frente? Por que a tecnologia tem que ser eficiente e acessível. Isso já está acontecendo e o mercado vai reconhecer os pioneiros”, prevê.
Fonte: Andriolli Costa
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