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Milho: Na CBOT, preços acumulam alta de mais de 4%

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Milho: Na CBOT, preços acumulam alta de mais de 4% na semana com foco na safra do Brasil e na demanda nos EUA.

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta sexta-feira (29) em campo positivo. Os vencimentos do cereal consolidaram o 2º dia consecutivo de ganho e exibiram altas entre 0,75 e 3,25 pontos. O contrato maio/16 era cotado a US$ 3,90 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,95 por bushel. A semana também foi de valorização aos preços da commodity que acumularam ganhos de mais de 4%.

Recentemente, as cotações do cereal têm encontrado suporte na situação climática no Brasil e os impactos na safrinha de milho. Apesar do retorno das chuvas nas principais regiões produtoras essa semana, após um longo período de ausência de chuvas e das altas temperaturas, a perspectiva é de quebra na produção. Ainda ontem, a Bunge estimou a perda na safrinha entre 5 milhões a 10 milhões de toneladas.

Nesta sexta-feira, a AGR Brasil projetou a safrinha do grão em 52,1 milhões de toneladas. A estimativa representa uma queda de 5,5 milhões de toneladas ante o reportado em março e um corte de 1,6 milhão de toneladas ante a previsão do início do mês. A França Junior também revisou para baixo a perspectiva para a safrinha em 6,4 milhões de toneladas devido ao clima irregular. Com isso, a estimativa é que os produtores colham 53,1 milhões de toneladas nesta safrinha.

Somente em Goiás, a quebra na safrinha de milho pode superar os 40% nesta temporada, em função do clima irregular. O levantamento foi realizado pela Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) e divulgado nesta sexta-feira.


Paralelamente, a escassez do produto registrada atualmente no mercado interno brasileiro tem gerado oportunidades para os agricultores norte-americanos, na visão dos analistas. Em meio a esse cenário, o governo brasileiro autorizou a isenção da tarifa de importação para 1 milhão de toneladas de milho de fora do Mercosul. “Isso para compensar a escassez do grão no curto prazo. E relata-se no mercado de que uma carga de milho norte-americano já foi vendida ao país, pela primeira vez em duas décadas”, informou o site internacional Agrimoney.

No Ceará, os produtores de aves já compraram milho norte-americano para atender a demanda local. A perspectiva é que o milho adquirido chegue ao país nos próximos 30 dias, através de contêineres. “A escassez de produto no Brasil e as preocupações com a seca, que afetou as lavouras de milho direcionaram os compradores para os Estados Unidos”, disse Bob Burgdorfer, analista editor do site Farm Futures.

Ainda nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que as vendas de milho ficaram em 2.600,6 milhões de toneladas, na semana encerrada no dia 21 de abril. No total, em torno de 2.160,6 milhões de toneladas da safra atual e o restante, cerca de 440 mil toneladas da nova temporada.

“Além disso, a fraqueza do dólar continua a fazer os grãos norte-americanos mais atraentes”, informou o site Agweb. Ainda hoje, o USDA reportou a venda de 100,640 mil toneladas do grão para o Japão. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.

Por outro lado, os analistas ainda destacam a forte participação dos fundos de investimento no mercado de commodities nos últimos dias, o que também tem contribuído para a movimentação nos preços. Da mesma forma, a queda do dólar no cenário internacional acaba dando suporte às cotações.

Safra americana

Os analistas ainda acompanham as informações sobre a evolução da safra norte-americana. Até o último domingo (24), pouco mais de 30% da área havia sido semeada com o cereal, segundo relatório de acompanhamento de safras do USDA.

“Em grande parte do Centro-Oeste dos EUA, o plantio do cereal pode ser adiado pela chuva no final de semana. Contudo, as previsões apontam para um tempo mais seco lá na próxima semana. A última previsão indicava tempo mais quente na região nos próximos 6 a 10 dias”, informou a Farm Futures.

Mercado brasileiro

A sessão desta sexta-feira também foi positiva aos preços do milho na BM&F Bovespa. As principais posições exibiram valorizações entre 0,12% e 0,92%. O vencimento maio/16 era cotado a R$ 49,80 a saca, e o setembro, referência para a safrinha, era negociado a R$ 40,96 a saca.

Mesmo com a queda do dólar, os especialistas ponderam que as cotações ainda encontraram sustentação na incerteza em relação à safrinha brasileira e a escassez registrada no mercado interno. Ainda hoje, o câmbio caiu mais de 1,5%, e fechou a R$ 3,44 na venda.

Segundo a agência Reuters, a moeda acompanhou o cenário externo, apesar das atuações mais intensas do Banco central no mercado, em uma sessão marcada pela briga para a formação da Ptax no mês. Ainda em abril, o dólar fechou o mês com uma baixa acumulada de mais de 4,34%, ficando abaixo dos R$ 3,50.

Enquanto isso, no mercado interno, as cotações registraram valorizações ao longo dessa semana, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Barretos (SP), a saca fechou a sexta-feira a R$ 43,96, com valorização 9,76%. Nas praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, a valorização ficou em 6,67% e a saca em R$ 40,00.

Na região de Sorriso (MT), o ganho foi de 6,06%, com a saca a R$ 35,00, já em Não-me-toque (RS) a alta semanal foi de 2,47%, com a saca a R$ 41,50. Em contrapartida, em Jataí (GO), o preço voltou ao patamar de R$ 25,00 a saca, com queda de 28,57%.

E, por enquanto, a perspectiva é que os preços permaneçam sustentados no mercado interno, segundo ressalta o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt. “Isso por conta da quebra na safrinha. No MT, a região do Araguaia foi bem afetada pelo clima e agora há a preocupação com os contratos feitos anteriormente. Muitos produtores estão com medo de não conseguir entregar os volumes de milho contratados com tradings. Isso é um grande problema, pois a trading pode comprar o milho no mercado a preço do dia e passar a conta para os agricultores”, afirma.

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Fonte: Notícias Agrícolas. Por: Fernanda Custódio.


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