Da produção ao consumo: as visões dos setores
Com presença da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, o primeiro painel do Congresso Internacional da Carne 2013 discutiu, na manhã desta quarta-feira (26), as visões dos setores na produção de carnes.
O debate passou pelas problemáticas e vitórias dos setores produtivo, industrial, varejista e a exposição terminou na visão da comunicação e da sociedade.
Iniciando a primeira palestra, com enfoque no setor produtivo, a senadora ressaltou a importância da aprovação da MP dos Portos, anúncio considerado por ela como o mais importante da década.
Kátia reforçou ainda a necessidade de mais vias de acesso para o Brasil como hidrovias, ferrovias e melhores condições de estradas. Para ela, ações como esta são fundamentais para ampliação de exportação da carne brasileira.
“Nos últimos 40 anos aumentamos nosso rebanho em 160% e conseguimos manter nossas áreas estáveis. Eu tenho rodado toda parte do mundo, incluindo universidades e jornais do exterior para derrubar resistências que foram criadas colocando nossa credibilidade em dúvida”.
Temos barreiras internacionais que nos privam de 40% de exportação no mundo, isso porque nosso selo de gado livre de Aftosa com vacinação não tem validade científica. Esse status nos priva de Japão e Estados Unidos, por exemplo. Queremos buscar mercado, mas também não queremos destruir produção local de nenhum país. Na China, por exemplo, queremos implantar o rodízio de carne e também queremos levar café”, completou a presidente da CNA.
Kátia Abreu também acrescentou que muitas vezes os produtores questionam o porquê de não exportarem para outros países, mas a verdade é que não existe produção suficiente. “Se a China resolver comprar leite, não temos para vender e isso não acontece por ineficiência, mas porque nosso maior mercado é mesmo o Brasil. Hoje exportamos apenas 15% da carne e a média subiu de 36 kg para 42 kg por pessoa durante um ano. Nosso consumo interno é valiosíssimo”, disse.
A indústria
Comandando a segunda palestra, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli fez uma exposição histórica sobre o gado no Brasil e sobre os principais frigoríficos. Ele discorreu ainda sobre a importância da Europa para a exportação brasileira, principalmente no quesito carne de primeira linha.
“A Europa é importante para o país, porque não temos opção para vender cortes de primeira linha. Precisamos abrir mercados que possam ser alternativas como Japão, Estados Unidos, Canadá, México e Coreia. Por exemplo, hoje o Japão compra container de língua bovina a 12 dólares”, exemplifica.
Varejo
Adriano Santos, diretor responsável pelo Comitê de Sustentabiliudade ABRAS inicou a terceira palestra do primeiro painel, com enfoque no setor varejista. Segundo ele, diariamente, 25 milhões de consumidores compram em 84 mil lojas do Brasil. Completando a apresentação, Giampaolo Buso, diretor comercial da PariPassu afirmou que do ponto de vista do supermercado, o principal problema é a perda de alimentos, incluindo a carne.
“Hoje nossa porcentagem de desperdício é de 33%, ou seja, jogamos um trilhão de dólares no lixo. Por esse motivo, junto com a ONU estamos participando de uma campanha que tem como objetivo reduzir o desperdício. É preciso olhar para toda a estrutura e perceber que participamos de uma cadeia. Temos indicadores de perda como a validade e o furto. Também sofremos, por exemplo, quando falta produto na prateleira”, finalizou.
Comunicação e sociedade
Sócio-diretor da OIA, de certificação socioambeintal, Xico Graziano foi resposável pelo último tópico do painel e falou sobre os desafios que o país enfrenta e a forma como a mídia e a sociedade, de forma geral, avaliam isso. Para ele, o primeiro desafio é de produzir alimento para toda a população que em 2050 deve chegar a 9 bilhões e 300 milhões de pessoas.
A carne, considerada proteína fundamental, ocupa então espaço de destaque nesse debate. Outro ponto de discussão, segundo ele, se refere aos desafios ambientais. “Temos aí a chamada pecuária sustentável e a força do consumo da carne será invencível neste processo”, completa.
Com uma brincadeira que identificou diversos tipos de bois como histórico, devastador, corrupto, maquiado, poluidor e venenoso, ele enfatizou o desconhecimento da mídia e, consequentemente, da população sobre o que de fato é o gado do país.
“Algumas pessoas acham que o gado é igual ao dos leilões, limpos, maquiados. Outros acham que o arroto do boi aumenta o efeito de estufa de modo considerável. É preciso trabalhar com essa imagem para evitar riscos e mentiras dissipadas. Precisamos também trabalhar em conjunto. Até hoje não conheci um produtor que confia na balança do frigorífico. Ou isso acaba, ou a nossa potencialidade vai depender das intrigas cadeia produtiva”.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Sistema Faeg/Senar
Foto: Sistema FAEG / Fotógrafo: Mendel Cortizo
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