Pesticidas na Amazônia ameaçam biodiversidade
Pesquisa mostra que 96% dos pequenos produtores usam produtos em dose e frequências maiores que os grandes.
Os pequenos produtores rurais instalados na fronteira agrícola amazônica brasileira estão usando maiores doses de pesticidas e com maior frequência do que as previstas pelas recomendações agronômicas. Em alguns casos, os produtos ainda são usados de maneira inadequada para as pragas que pretendem combater. Enquanto isso, os grandes produtores de soja e cana-de-açúcar da região seguem mais as recomendações e, muitas vezes, chegam inclusive a substituir compostos mais tóxicos para a saúde humana por produtos menos agressivos.
A conclusão é de um levantamento realizado por pesquisadores da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Medicina Veterinária de Viena, na Áustria, e do Instituto Alterra, da Holanda.
Os dados de aplicação de pesticidas, fornecidos pelos próprios produtores, revelaram que 96% dos pequenos agricultores aplicam as substâncias em suas lavouras em dose e frequência maiores do que a recomendação técnica. Já os grandes produtores seguem mais de perto as recomendações técnicas e até mesmo diminuíram o uso de compostos mais danosos à saúde humana e ao meio ambiente, conforme a classificação de risco toxicológico e ambiental adotada pelos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.
No entanto, cresceram o arsenal e a dose de pesticidas utilizados – o que elevou os riscos de danos a espécies de animais, conforme os pesquisadores observaram por meio de uma série de cálculos feitos para medir o impacto do uso inadequado dos pesticidas na biodiversidade da região.
Além desse resultado, o trabalho desenvolvido no âmbito de um projeto com apoio da Fapesp mostrou que o balanço entre os distintos padrões de uso dos agrotóxicos tem um lado negativo. A pesquisa indica que os riscos de impactos de pesticidas sobre espécies aquáticas aumentou significativamente devido à intensidade com que os agricultores das fronteiras têm usado os produtos. Apesar de serem menos tóxicos para seres humanos e outros mamíferos, os pesticidas podem ser mais maéficos para os organismos menores, como peixes.
Segundo Luís César Schiesari, professor da EACH e primeiro autor do estudo, as fronteiras agrícolas (regiões de conversão de habitats naturais para a agricultura) são as áreas mais suscetíveis aos impactos ambientais, pois como são caracterizadas por grande biodiversidade, são ambientes onde há um número maior de espécies que até então não tinham sido expostas aos riscos de práticas de manejo da terra potencialmente danosas, como o uso indiscriminado de pesticidas. São, portanto, espécies mais vulneráveis à contaminação ambiental, por exemplo.
“É preciso uma regulamentação mais adequada, que leve em consideração particularidades de regiões tropicais megadiversas e, ao mesmo tempo, maior rigor no controle de uso dos pesticidas. Os produtores têm que ter amplo acesso à educação e aos serviços de extensão rural e serem recompensados pelo governo ou pelo mercado por adotarem de forma voluntária de melhores práticas agrícolas”, afirma Schiesari.
Fonte: Globo Rural On-line – Com informações da Agência Fapesp
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