Clima: Brasil, Índia, China e África do Sul buscam soluções - Agron Agronégocios Online

Clima: Brasil, Índia, China e África do Sul buscam soluções

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Acontece no próximo fim de semana no Rio a nova reunião do grupo Basic (Brasil, China, Índia e África do Sul) sobre mudanças climáticas. O objetivo desses encontros, que ocorrem a cada quatro meses, é moldar uma proposta comum aos grandes emergentes – uma voz cada vez mais forte nos debates climáticos. Pela primeira vez, o encontro terá um fórum de especialistas, que irá assessorar os ministros reunidos. Integrante do fórum, presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e vice-presidente do grupo de mitigação do IPCC, Suzana Kahn falou ao GLOBO.
 
O GLOBO:
O principal tema a ser debatido neste encontro é a equidade nas emissões. É possível ter um limite justo de emissão de CO2 por país? Cada país vai apresentar uma proposta até se chegar a um índice comum ao grupo?
SUZANA KAHN:
Vamos tentar estabelecer alguns critérios que levem em consideração a responsabilidade histórica de cada país nas emissões (o quanto cada um emitiu no passado), bem como a atual necessidade de crescimento. Um outro aspecto a ser levado em conta é a capacidade de cada país de reduzir as emissões – alguns, muito pobres, não têm.
É preciso avaliar também o impacto dessas restrições, que é diferente de país para país, podendo atrapalhar muito o desenvolvimento.
Há várias coisas.
 
Com tantas variáveis na mesa, você acha que é possível termos uma proposta que estabeleça um limite justo para cada país?
SUZANA:
Acho que temos que estabelecer um limite, mas não é simples. Ao buscar justiça, o modelo se sofistica tanto que acaba sendo inoperável.
Deve-se procurar alguma forma, um caminho do meio, em que talvez se sacrifique um pouco a sofisticação de um modelo ideal em nome de algo mais operacional. No caso, acho que teria que ser um limite por país mesmo.
 
O que falta ao Brasil?
SUZANA:
Acho que o Brasil precisa fazer esse exercício de avaliar o teto do nosso crescimento, ou seja, o quanto vamos precisar emitir para atender nossas necessidades. O Brasil reduz muito o desmatamento até 2020, tem a melhor proposta de redução, o maior montante. Mas não pode perder esse ganho todo a partir de 2020. Porque ai, para reduzirmos mais, teremos que cortar na própria carne, na matriz energética, com um impacto ao desenvolvimento.
 
E qual a saída?
SUZANA:
Precisamos criar um acordo que respeite o fato de termos saído na frente, com a redução do desmatamento, e de já termos uma matriz energética limpa.
 
É possível termos um grande acordo climático na reunião do México, no fim deste ano?
SUZANA:
Um acordão maravilhoso, como aquele que imaginamos em Copenhague, acho que não, muito difícil. Acho que a tendência é construirmos pequenos acordos. É capaz de fecharmos algo importante sobre o REDD (a quantificação do carbono contido na manutenção de florestas), por exemplo. Se o Basic se entender, também é uma grande coisa, uma voz muito forte à frente do G77.
Você participa da elaboração do próximo relatório do IPCC, a ser lançado em 2013.
 
O que mudou depois das denúncias de erros? O que se pode esperar do novo texto?
SUZANA:
Estamos com um controle de qualidade absoluto.
Temos a recomendação de sermos muito meticulosos.
Há um número maior de revisores checando as referências de cada capítulo, uma a uma. Sobre o novo relatório, esperamos que traga certezas cada vez maiores, principalmente sobre a regionalização dos efeitos do aquecimento, que é o que mais interessa aos países e governos. Esse olhar mais regional ajudará na elaboração de políticas públicas.
 
 
Fonte: O Globo – Roberta Jansen


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