Mercado do boi segue pressionado e tem semana de baixa - Agron Agronégocios Online

Mercado do boi segue pressionado e tem semana de baixa

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Nesta semana, as ofertas se mostraram maiores, as escalas alongaram na maioria das regiões produtoras e o preço da arroba perdeu sustentação registrando queda.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 74,71/@, na última quarta-feira, acumulando desvalorização de 1,66%. O indicador a prazo registrou queda de 0,99%, sendo cotado a R$ 76,06/@. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando a arroba do boi gordo valia R$ 89,98/@, a variação é de -15,47%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio





O Dólar terminou a quarta-feira valendo R$ 1,7104, no acumulado da semana a variação foi de -0,92%. Segundo o InfoMoney, ontem, após iniciar o dia com desvalorização em torno de 0,9%, o dólar comercial foi ganhando forças ao longo do pregão, invertendo a tendência negativa durante a tarde. Dessa forma, a moeda fechou esta quarta-feira (11) em alta pela segunda sessão consecutiva.

O InfoMoney ainda informou que com a agenda norte-americana paralisada em virtude do feriado nacional do Veteran's Day, o grande foco das atenções dos mercados ficou nos dados divulgados pela economia chinesa. Dentre os indicadores, destaque para a produção industrial do país, que avançou 16,1% em outubro, sendo a maior expansão vista desde março de 2008. A economia asiática ainda mostrou evolução nas vendas do varejo, que cresceram 16,2% no último mês, em relação ao mesmo período do ano passado. Já a balança comercial de setembro mostrou um superávit quase duas vezes maior do que foi visto em agosto, mesmo com suas exportações registrando um declínio de 13,8% no período.

O mercado futuro do boi gordo teve uma quarta-feira de baixa, com todos os vencimentos registrando desvalorização. Na semana, a BM&FBovespa apresentou forte retração. O primeiro vencimento, novembro/09, fechou a R$ 75,55/@, com recuo acumulado na semana de R$ 1,63. Dezembro/09 teve variação negativa de R$ 0,99, fechando a R$ 76,41/@ na quarta-feira (11/11).

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 04/11/09 e 11/11/09




O mercado físico trabalhou bastante pressionado durante a semana. Os frigoríficos conseguiram alongar as escalas e os compradores estão forçando novas baixas. O pecuarista segue insatisfeito com os preços ofertados pelo seu produto, mas a oferta segue confortável, ainda com o bom volume de animais confinados sendo mandados para o abate, e algumas indústrias estão fora das compras dando mais força para as pressões baixistas.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,40, o dianteiro a R$ 3,70 e a ponta de agulha a R$ 3,60. O equivalente físico foi calculado a R$ 74,75/@, alta de 0,79% na semana. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico se inverteu ficando em -R$ 0,04/@, ou seja, hoje o valor apurado com a venda da carne no atacado está maior do que o gasto com a compra do boi gordo. Vale lembra que quanto menor o spread melhor será a margem bruta dos frigoríficos. Nos últimos 12 meses, o spread apresenta uma média de R$ 4,01/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina




Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico




Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 597,44/cabeça, com valorização de 0,86%. Em relação ao mesmo período do ano passado o recuo acumulado é de 15,36% – em 11 de novembro de 2008 o bezerro era cotado pelo Cepea a R$ 705,88/cabeça.

Com o preço do bezerro em alta e o boi gordo registrando retração, a relação de troca piorou, ficando em 1:2,06. Nessa semana a margem bruta na reposição, que representa o que sobra da transação venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro para a reposição, também piorou (-3,92%) ficando em R$ 635,28. Em novembro de 2008 esse valor era 15,82% maior, ou seja, após essas negociações restava ao pecuarista R$ 705,88 para investimentos, pagamentos de contas e salários e lucro.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)



Independência

Na semana passada, os credores do frigorífico Independência aceitaram proposta da empresa e fecharam acordo aprovando o Plano de Recuperação. O plano inicial, apresentado na primeira reunião em Cajamar (SP) no fim de setembro, foi totalmente alterado e os credores fizeram novas sugestões de mudanças, que ainda precisariam ser apreciadas pela assembleia.

Os pecuaristas decidiram aceitar a proposta de pagamento à vista de R$ 100 mil e os com crédito superior, receberiam R$ 100 mil de entrada e saldo dividido em 36 parcelas sendo que na 24ª parcela a divida seria quitada, corrigidas pela taxa Selic.

"Esse não é o melhor resultado, mas é a melhor alternativa. Nós evoluímos muitos desde o inicio dessa negociação. O pecuarista mostrou união, profissionalismo e maturidade nas negociações. Com essa situação definida abre uma chance do produtor levar a vida em frente. A lição que todos tivemos neste processo, foi de que vale a pena nos mobilizar e acreditar que juntos somos mais fortes", disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.


Outro ponto conquistado pelos credores foi a garantia de que os sócios das empresas seriam responsabilizados no processo, "o que representa mais uma garantia para os credores", disse o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia. Ele ressaltou que ficou definida que a data do pagamento dos R$ 100 mil será até 31 de janeiro 2010, podendo ser antecipado ou retardado até 31 de março de 2010.

Segundo o jornal Valor Econômico, a venda do controle tornou-se o foco do Independência, que nega negociações em curso para esse fim. Recentemente, houve rumores de que o frigorífico estaria negociando com JBS, Marfrig e Brasil Foods. Além de tentar vender o controle, o Independência definiu que venderá parte dos ativos, num total de R$ 110 milhões, para pagar dívidas com fornecedores e voltar a operar. Para isso, precisa de R$ 260 milhões. Por isso, também deverá obter novos financiamentos, conforme o plano. Os ativos do Independência são estimados hoje em R$ 1,1 bilhão.

Na segunda-feira, o Independência S.A. e a Nova Carne Indústria de Alimentos Ltda. divulgaram um comunicado informando que o Plano de Recuperação Judicial Conjunto Modificado e Consolidado das Companhias, aprovado pelos credores em Assembléia Geral de Credores de 05 de novembro de 2009, já está disponível em página na internet (www.independencia.com.br).

Segundo o comunicado, "com a aprovação do Plano Consolidado, as Companhias dão início a uma nova etapa de trabalho focada na retomada de suas operações. Mantendo o compromisso de prosseguir trabalhando e crescendo, cultivando de forma sustentável suas atividades e valorizando os relacionamentos com seus colaboradores, clientes, fornecedores e investidores".

Quatro Marcos

Cerca de 70 produtores dos municípios de Colíder e Alta Floresta, região Norte de Mato Grosso, com uma conta a receber de cerca de R$ 7 milhões, prometem bloquear a entrada de boi e a saída da carne das dependências do frigorífico Quatro Marcos, localizada em Alta Floresta, a partir do próximo domingo, dia 15 de novembro. A planta, com capacidade de abate diário de 800 cabeças, foi arrendada no início de julho pelo grupo JBS-Friboi, que anunciou na época, o arrendamento de cinco frigoríficos do Quatro Marcos desativados em Mato Grosso em recuperação judicial desde o final de 2008. As unidades ficam nas cidades de Juara (com capacidade de abate diário de 825 animais), Alta Floresta (800 animais/dia), Colíder (700 animais/dia), Cuiabá (800 animais/dia) e São José dos Quatro Marcos (900 animais/dia).

Desde que a unidade de Alta Floresta voltou a funcionar o clima é de muita desconfiança. "Ninguém nunca nos procurou para conversar sobre a dívida que já vai completar um ano ou como iriam agir a partir daquele momento", disse revoltado o produtor Moises Prado dos Santos, que tem R$ 175 mil para receber do Quatro Marcos desde o dia 15 de dezembro de 2008. "Vamos bloquear o frigorífico no domingo pela manhã caso não apresentem uma posição aceitável até sexta-feira, 13. O Friboi, quando arrendou as unidades do Quatro Marcos, sabia que existia um passivo, tinha conhecimento de todos os problemas e mesmo assim não tomou nenhuma providência. Agora não vamos mais esperar, nós estamos decididos a fechar o frigorífico até que a situação seja resolvida", garantiu Santos.

"O JBS-Friboi, maior empresa frigorífica do mundo, começou uma relação comercial com produtores do maior rebanho bovino do país, com 26 milhões de cabeças, de forma errada, pela porta dos fundos, desrespeitando o pecuarista", disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, Luciano Vacari. "Não podemos aceitar que continuem usando o pecuarista para resolver os problemas da empresa. Finalmente os produtores resolveram tomar uma atitude, pois a pressão é a única linguagem que o frigorífico entende e respeita", disse.

Hoje, está acontecendo uma reunião na tentativa de acordo com o frigorífico Quatro Marcos, que promete ser calorosa. "O Plano que eles irão apresentar deixa claro que querem nos fazer de trouxa mais uma vez e que a intenção é de simplesmente salvar a pele dos sócios", disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari. "Não vamos aceitar que continuem nos tratando dessa maneira", desabafa.

O Plano de Recuperação Judicial apresentado pelo frigorífico Quatro Marcos e que será posto em votação, menciona que os créditos quirografários com pecuaristas (Classe 3) – serão integralmente pagos em 12 pagamentos mensais a partir de janeiro de 2011. "Não mencionam o pagamento de juros e correção monetária e ainda pedem carência de um ano para começar a pagar. Eles já estão devendo desde dezembro de 2008 e ainda querem mais dois anos para quitar uma dívida e isso sem juros e correção monetária", alerta o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini Candia.

"A proposta que eles apresentarão na assembleia geral não tem nenhum compromisso com o produtor e é praticamente a mesma coisa que propuseram antes, porém como sempre, cheio de pegadinhas. Temos que ficar atentos e tentar mudar tudo isso, pois o Plano do jeito que foi montado já está fadado a não ser cumprido", disse o assessor da Acrimat.

Marfrig

Segundo notícia do jornal O Estado de S. Paulo, o frigorífico Marfrig levantou R$ 1,36 bilhão com a oferta primária de ações realizada para pagar a aquisição da Seara. Conforme informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada nova ação saiu a R$ 19,00, o que representa um deságio de 3,1% ante o preço do papel no fechamento da Bovespa nesta quarta-feira, de R$ 19,60.

A operação envolveu a emissão de 71.744.000 de ações. O coordenador-líder da oferta foi o Bradesco BBI. O Marfrig anunciou em 14 de setembro a compra da Seara por 706,2 milhões de reais de dólares em dinheiro, assumindo ainda dívidas de 193,8 milhões de dólares.

Boas notícias vindo do Chile

O Chile julgou satisfatória a situação sanitária de Mato Grosso do Sul e Tocantins para o reconhecimento do status sanitário de livre de febre aftosa com vacinação. Essa decisão passará a valer, após publicação do relatório no Diário Oficial da União chileno. Assim, MS e TO estarão aptos a exportar carne bovina in natura para àquele país. A informação é do chefe da delegação chilena, do Serviço Agrícola e Pecuário (SAG, sigla em espanhol), José Herrera, que, após 12 dias de missão no Brasil, reuniu- se, nesta sexta-feira (6), com o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

Segundo Kroetz, no período de 16 a 24 de novembro outra missão chilena virá ao Brasil. "Na ocasião, serão inspecionados os estabelecimentos de abate e de processamento de carne bovina, com objetivo de habilitar frigoríficos desses estados, principalmente, para exportar carne para o Chile ", explicou. Hoje, nove estados estão autorizados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro.


Fonte: Beefpoint


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