Perspectiva dos americanos sobre política no Brasil
Para quem tem pressa:
A venezuelização política do Brasil voltou ao centro dos debates em Washington. Relatórios de cinco think tanks norte-americanos (Heritage Foundation, Cato Institute, CSIS, Atlantic Council e Freedom House) apontam concentração de poder no STF, crescimento da censura on-line e risco de inviabilizar a alternância em 2026. Essas análises internas concluem que, sem pressão imediata da Casa Branca, o país pode deslizar para uma ditadura judicial.
O termo “venezuelização” descreve a possibilidade de o Brasil caminhar para um autoritarismo e disfunção semelhantes aos da Venezuela. Embora o Congresso continue ativo, o STF atuante e as eleições sejam regulares, críticos apontam que, na prática, o Judiciário estaria assumindo prerrogativas legislativas. A direita também acusa o STF de perseguir candidatos conservadores durante a eleição de 2022, ao policiar fake news e decretar prisões. Esse debate interno inspira analistas nos EUA a avaliar se o Brasil está em “rota acelerada” para o mesmo tipo de erosão institucional vivido por Caracas.
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Think tanks são centros independentes de pesquisa que produzem estudos para subsidiar formuladores de políticas públicas. Nos Estados Unidos, seus relatórios costumam pautar debates no Congresso, sustentar discursos do Departamento de Estado e influenciar a imprensa.
O jurista e jornalista Fabricio Rebelo publicou, em julho de 2025, no X, uma análise que ecoa as avaliações feitas por think tanks norte-americanos. Ao comentar a nova leva de sanções dos EUA, ele destacou cinco pontos que ajudam a entender o momento político brasileiro sob uma ótica internacional.
Antes, porém, faz um alerta crucial: qualquer análise do cenário jurídico atual precisa partir do pressuposto de que o Brasil está sob um Estado de Exceção. Sem esse reconhecimento, diz ele, torna-se impossível compreender o que de fato está em curso.
Sanções raramente derrubam ditaduras
Rebelo lembra que embargos econômicos e pressões diplomáticas nem sempre produzem mudanças de regime. Cuba e Venezuela resistiram por décadas, mesmo sob forte isolamento externo.
O problema está no timing
Segundo ele, parte do fracasso dessas estratégias se deve ao fato de serem lentas e graduais. Quando o regime já avançou no autoritarismo, sanções pontuais chegam tarde demais e com pouco impacto.
Regimes aprendem a contornar punições
Em contextos autoritários, os governos se adaptam rapidamente: encontram brechas, anestesiam a população e seguem concentrando poder. Isso torna cada nova sanção menos eficaz do que a anterior.
No Brasil, a aposta é no choque simultâneo
Diferentemente de casos anteriores, a estratégia americana agora parece ser lançar todas as sanções de uma só vez, criando uma situação-limite. A metáfora usada por Rebelo é direta: em vez de aquecer a água aos poucos, jogam o sapo direto na fervura — para ver se ele pula da panela.
Funcionar é difícil, mas possível
Rebelo reconhece que essa abordagem tem eficácia incerta, sobretudo diante de um governo disposto a sacrificar a economia para manter o controle político. Ainda assim, ele considera que essa ofensiva repentina pode ser a única chance real de romper com o atual Estado de Exceção.
Essas iniciativas refletem, provavelmente, a leitura americana de que a venezuelização política do Brasil representa um risco imediato — e não uma mera hipótese.
Nos bastidores de Washington, predomina a visão de que, sem ação rápida, a venezuelização política do Brasil deve intensificar-se, restringindo liberdades civis e colocando em dúvida a alternância em 2026. Para produtores rurais e demais setores produtivos, acompanhar esse eixo Brasília–Washington é vital: estabilidade institucional garante mercados, financiamento e competitividade global.
Imagem principal: Depositphotos.
Este texto baseia-se em relatórios públicos de Heritage Foundation, Cato Institute, CSIS, Atlantic Council e Freedom House. As conclusões refletem exclusivamente a interpretação do autor e não representam, necessariamente, a posição institucional do Agron ou de seus colaboradores.
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