Setor tem que deixar de tratar de agro, e falar de comida

Setor tem que deixar de tratar de agro, e falar de comida, diz ex-ministro Roberto Rodrigues. Segundo ele, comunicação do campo precisa ser inclusiva, a fim de conectar rural e o urbano.

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“Um homem com fome fica bravo. Uma mãe com filhos com fome é guerreira. Mil dessas mães fazem uma revolução”. A afirmação é do ex-ministro e coordenador do GVAgro Roberto Rodrigues, convidado para a primeira edição da série ‘ABMRA Ideia Café’, promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio com exclusividade para associados e convidados especiais. O tema central do encontro, realizado na semana passada, foi a comunicação do agro e Rodrigues iniciou a conversa com uma boa notícia e um desafio. “Nunca se falou tanto de segurança alimentar e sustentabilidade e o agro é o motor dessa transformação. O desafio é que é preciso calibrar a mensagem, deixar de tratar de agro e falar de comida, conectando o rural e o urbano. O alimento junta os dois públicos”, assinalou o ex-ministro, destacando que esse tema precisa assumir uma dimensão muito maior, se equiparando aos grandes pilares de discussão global.

“É uma questão de narrativa”, resumiu Roberto Rodrigues, destacando uma frase que o define e que ele usa sempre quando o tema é comida: “Não há paz onde há fome”. Mas onde estamos errando? Não erramos, disse Rodrigues, “mas as prioridades são dinâmicas e é preciso ajustar o discurso sempre que necessário. Agora – mais do que nunca – é preciso mudar a forma de nos comunicar. Ela tem de ser mais inclusiva e voltada para os diferentes nichos”.

Nesse cenário, a mensagem precisa fazer sentido, inclusive para os interlocutores. É aí que, explicou o coordenador da GVAgro, entra em cena a geopolítica. “Historicamente, dizemos que o Brasil é o celeiro do mundo. O mundo sabe disso, mas será que nos valoriza tanto por isso. Grandes clientes dos alimentos brasileiros, os chineses têm visão estratégica. Hoje, nossos produtos são essenciais para eles, mas, e no futuro? Será que nos valorizarão da mesma forma somente porque somos grandes fornecedores? Claro, podemos produzir mais e mais, porém, costumo dizer que desastre não é a falta de alimentos, mas a abundância, pois se não tiver para quem vender terão de ser descartados. É aí que a mensagem de segurança alimentar e produção sustentável tem de se encaixar”.


Convidado do ‘ABMRA Ideia Café’ com o ex-ministro Roberto Rodrigues, Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), trouxe para a discussão o exemplo da União Europeia. Lá, os produtores estão pleiteando o uso de reservas de terras em descanso para a produção agrícola – objetivando se prevenir contra a escassez de alimentos devido à guerra. A notícia está sendo saudada pelo mundo, porém representa a virada de costas da UE para a produção sustentável. Mas, e nós que divulgamos sempre que preservamos o meio ambiente? Por que o mundo não compra nossa mensagem e aceita o que a União Europeia vai fazer? É a guerra da comunicação, e a estamos perdendo”, assinalou o presidente da ABAG.

FONTE: DATAGRO. Imagem principal: Depositphotos.

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