Mesmo com forte incidência de chuvas nas regiões produtoras, projeções indicam safra de trigo superior a 10 milhões de toneladas no Brasil

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Região Sul terá oferta reduzida do cereal, enquanto o Cerrado prevê produção recorde no ano

As chuvas acima da média, principalmente nas regiões com maior produção de trigo no Brasil, como Paraná e Rio Grande do Sul, já indicam fortes impactos no volume da safra deste ano. Essa e outras questões envolvendo o cenário interno do cereal foram debatidas durante o Webinar Safra Trigo Nacional, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo no dia 17 de outubro.

Com o País encaminhado para o terço final de sua safra, a previsão de volume produzido é menor, em comparação aos resultados de 2022. De acordo com o Gerente Regional LATAM da Biotrigo Genética, Fernando Wagner, o dado mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta a estimativa da produção de 10,4 milhões de toneladas de trigo.

O profissional conta que não é somente a chuva que influencia esse resultado. “Com um ciclo de desenvolvimento da cultura acelerado na região Sul por conta do clima quente, a produtividade estimada pela Conab também é inferior, próxima dos 3 mil kg/ha”.

Chuvas no Sul ligam alerta no mercado

No Paraná, o estado menos afetado pelos índices pluviométricos elevados, a colheita foi antecipada, segundo o analista de mercado da SafraSul Agronegócios, José Gilmar de Oliveira. Ele explica que o trigo já colhido apresenta uma performance boa em termos de qualidade, ressaltando que o cereal que ainda está no campo é o que será impactado pela chuva.

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“Na região dos Campos Gerais, por exemplo, caberia, ainda, uma nova aplicação de fungicida no trigo plantado. Porém, isso não foi possível em decorrência das questões climáticas. Mesmo assim, espera-se uma safra de 4,5 milhões de toneladas no Paraná”, pontua.

O Rio Grande do Sul, estado que registrou o maior volume de trigo na safra anterior, enfrenta as consequências das chuvas com mais intensidade. Como explica o Gerente de relações institucionais e sindicais da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (OCERGS), Tarcisio Minetto, o produtor gaúcho inicialmente apostou nessa cultura em função da seca no verão.

“Por conta disso, a área estimada de cultivo é de 1,5 milhão de hectares, equiparada com a do último ano. Porém, o excesso de chuva trouxe uma redução do potencial produtivo nesse espaço. Hoje, a safra está sem uma estimativa de volume, em função das perdas ocasionadas por esse fenômeno”, reforça.

A expectativa para o trigo catarinense também foi reduzida. Dados trazidos pelo fundador da Corretora Serra Grãos, Norberto Risson dos Santos, indicam que a projeção mais otimista atualmente é de que serão produzidas 410 mil toneladas no estado. A princípio, esperava-se um volume de 470 mil toneladas.

“Nesse cenário, o custo para que o produtor consiga manter esse trigo em boas condições acaba se elevando, pois a chuva impacta diretamente na qualidade do cereal produzido”, afirma.

Situação em São Paulo e no Cerrado

São Paulo, nos últimos anos, passa por uma crescente em sua safra, tendo superado as 500 mil toneladas de trigo em 2022. Nesse ano, o Presidente da Câmara Setorial do Trigo no estado, Ruy Zanardi, explica que as projeções estão na casa das 520 mil toneladas, com ganhos em qualidade.

“95% da safra paulista já foi colhida, com uma pequena parcela do valor total ainda suscetível às ações da chuva. A qualidade desse ano, sem dúvidas, é superior à registrada na safra anterior, o que é positivo para a cadeia produtiva de São Paulo”, salienta.

O Cerrado, no entanto, é uma área que segue um fluxo contrário das outras praças produtoras. Mesmo com a incidência de chuvas e o clima quente antecipando o ciclo de desenvolvimento do trigo, a área plantada e o volume total produzido por Minas Gerais, Goiás, Bahia e Distrito Federal, são os maiores já registrados, como informa o Presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (ATRIEMG), Eduardo Abrahim.

“Esperamos uma safra próxima de um milhão de toneladas de trigo para 2023, com qualidade excepcional. Para o próximo ano, a tendência é de que uma área maior será destinada à produção do cereal nesses quatro estados”, encerra.

O webinar está disponível na íntegra no canal do YouTube da Abitrigo.


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