Cepea: Indicador cotação boi, suínos, frango, soja e milho

Análises CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP/ Indicador cotação boi, suínos, frango, soja e milho.

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Veja também: Setembro foi marcado por recuperação do preço da arroba do boi

BOI/CEPEA: Poder de compra frente ao bezerro é o menor em 2 anos

Os preços do boi gordo apresentaram forte reação em setembro, impulsionados pela baixa oferta de animais para abate – o Indicador CEPEA/B3 (mercado paulista) superou os R$ 220 durante o mês. No entanto, pesquisadores do Cepea ressaltam que a valorização da arroba não foi suficiente para melhorar o poder de compra de pecuaristas terminadores. Esse cenário se deve às baixas mais intensas da arroba bovina frente às registradas para o animal de reposição ao longo de 2023. Dados do Cepea mostram que, na parcial de setembro (até o dia 26), pecuaristas precisaram de 9,58 arrobas de boi gordo paulista para a compra de um bezerro sul-mato-grossense (nelore, de 8 a 12 meses), contra 8,36 arrobas em setembro/22. Inclusive, o momento atual é o mais desfavorável ao pecuarista terminador desde outubro de 2021, quando foram necessárias 10,27 arrobas para fazer a mesma troca.

SUÍNOS/CEPEA: Alta no início de setembro garante avanço da média mensal

O preço médio mensal da carne suína subiu na parcial de setembro (até o dia 26) frente ao de agosto. Levantamento do Cepea mostra que a carcaça especial suína negociada no atacado da Grande São Paulo se valorizou 5,2% no comparativo mensal, negociada a R$ 9,77/kg, em média, na parcial de setembro. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do aumento da média mensal (influenciado pelas valorizações do início do mês), os valores dos produtos suinícolas caíram na segunda quinzena, pressionados sobretudo pela onda de calor intenso que atingiu o País no fim de setembro. Colaboradores indicaram que as altas temperaturas somadas à típica retração da demanda no período – devido ao menor poder de compra da população no fim do mês – limitaram o consumo de carne suína.

FRANGO/CEPEA: Firme demanda externa eleva valores médios da carne

Os valores médios do frango inteiro resfriado subiram na parcial de setembro (até o dia 26) frente aos de agosto. De acordo com levantamento do Cepea, esse cenário resultou da demanda externa aquecida, que reduziu a disponibilidade interna de produtos avícolas e permitiu que vendedores elevassem os preços pedidos. Esse contexto também diminuiu a competitividade da carne de frango frente às principais substitutas: bovina e suína. Isso porque a primeira se desvalorizou em setembro, enquanto o preço médio da segunda também subiu, mas em menor intensidade que o da carne de frango.

FARELO DE SOJA/CEPEA: Consumo brasileiro pode crescer pela 20ª safra seguida

O consumo doméstico de farelo de soja pode crescer pela 20ª safra seguida no Brasil, projetado no recorde de 20,7 milhões de toneladas na temporada 2023/24, 3,5% superior ao volume previsto para 2022/23. O embarque do derivado também pode ser recorde nesta safra, projetado em 22 milhões de toneladas, acima das 21,5 milhões de toneladas estimadas para 2022/23. Os dados são do relatório do USDA, divulgado em 12 de setembro. De acordo com a Secex, de janeiro a agosto de 2023, o Brasil exportou 15,33 milhões de toneladas de farelo de soja, volume recorde quando comparado ao do mesmo período de anos anteriores. Quanto aos preços, seguem em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela firme demanda no spot nacional. Na média da parcial de setembro (até o dia 26), as cotações do farelo de soja subiram 0,4%, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea. Vale ressaltar que o aumento dos preços internos foi limitado pela desvalorização internacional do derivado, que, por sua vez, está atrelada à proximidade da entrada da safra 2023/24 nos EUA.

MILHO/CEPEA: Preços nos portos dão suporte às cotações internas

O ritmo de negócios esteve lento no mercado brasileiro na maior parte de setembro, diferente do observado nos portos, onde a liquidez esteve mais elevada. Esse contexto sustentou as cotações domésticas – na parcial de setembro (até o dia 26), a média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas, SP) fechou a R$ 54,21/saca de 60 kg, 1,6% superior à de agosto. Já nos portos, alguns negócios chegaram a ser realizados a R$ 65/saca de 60 kg na primeira quinzena do mês. As médias parciais de setembro em Santos (SP) e em Paranaguá (PR) foram de R$ 59,47 e de R$ 59,86/sc de 60 kg, respectivos aumentos de 1,2% e de 4,8% frente às de agosto. A firmeza das cotações no interior do País fez com que consumidores se mantivessem afastados das compras até os últimos dias do mês, quando a procura aumentou de maneira pontual. Partes desses agentes segue atenta à proximidade da finalização da colheita da segunda safra e ao consequente aumento da disponibilidade de milho.

Textos elaborados pela Equipe Cepea. Imagem principal: Depositphotos.